terça-feira, 29 de maio de 2012








Você não pode intender minha dor
Você não pode saber quem é
Você não pode nem ao menos encostar a porta
Pois está frio
Você não pôde desligar o fogo e a cabana ruiu
As cinzas foram sopradas pelo vento
E você ajudou a assoprar
Você ajudou o oceano a afundar nosso navio
Embebedou os tripulantes e o deram como perdido
Junto do nevoeiro ele se foi
Já perdi de vista,
Já pedi que pague,
Mas não tem preço,
Não tem meios.


Italo Henriques de Assis

quarta-feira, 16 de maio de 2012









Nesses dias sem sentido
Fico aqui deitado no chão frio
Lamentando-me em silencio
Lembrando-se dos dias frios de calor
E os dias frios que ferviam a cama
Chego até ouvir uma folha cair durante o dia lá fora
Mas a noite tem sido pior
As madrugadas não tem pena de mim
Torturam-me com sua monotonia aguda e fria
Nem paladar tem mais
Nem discernimento de cores que eu não vejo mais
Salgado ou doce branco ou preto eu não lembro mais.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Um Ultimo Mergulho




Doce praia de aguas doces
De tão linda nem parecia salgada
De suave até pensava que estava no céu
Cobria-me com espumas brancas
Aquelas ondas...
Levavam-me a um transe profundo
E nem sentia o corpo
Só sentia o mar...
Naquele momento eu era o mar
Divindade infinita de prazeres
Aguas coloridas a me ninar
Enquanto sonho acordado
Com o dia de te encontrar de novo
Penso que certamente no paraíso existe mar
Quem ousaria a imaginar um paraíso sem o mar?
Claramente não seria paraíso por assim dizer
Raios de sol atravessam suas aguas
Ventos profanam sua serenidade
Mar e oceanos braços de irmandade.

Italo Henriques

21/03/2012

quarta-feira, 21 de março de 2012

Prologo da Doce Profana

E pra onde foi aquela moça
Encantou-me aquela moça
De saia rodada e unha pintada
Dizia o meu nome e me arrepiava
Dançava e sorria como uma vadia
Coração de criança
Fazia o mal, mas não por vingança.
Ia e vinha sem fazer barulho
E eu de cabeça baixa a me curvar
Sentia-me um bagulho
Moça de pernas abertas
Insistia em me acostumar
Deitava em seu colo quente
Não cansava de te admirar
Teve uma noite que me jurou amor eterno
Disse nunca mais me deixar
Mas sempre eu acordava
Procurava e não estava lá
Deixa seu cheiro doce
Seu cheiro de manhã
Aquele cheiro ficava muito tempo no ar
Comia suas migalhas
Seguia seus passos e vivia do seu respirar
Seus olhos que às vezes castanho
Ouso a dizer que até verde ele pode parecer
Olhando para o sol a pele alva brilhava e fervia meu coração
E assim ela passava...
Sempre com hálito de agua ardente
E eu não me importava, pois um dia já foi decente.
Mais nem sabia se ainda seria novamente.


Italo Henriques.

Contando estrelas na luz do dia

Cá estava eu novamente a me iludir
Contando estrelas na luz do dia
Em alto e bom som, mas que quer ouvir?
Lamentos e emergências profundas ou não
Delubriam os pensamentos daqueles que são
Há de ter um sopro de esperança no fim de lugar nenhum
Há de ter um gosto doce nesse partilhado de angustia e amargor
Quando acontecer de eu sentir a liberdade em meus lábios
Já estarei vivendo outras Historias, em outros mundos.

Italo Henriques

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

É como se eu estivesse no escuro



É como se eu estivesse no escuro
No deserto, Sufocado pelo meu silencio.
E as palavras a me devorarem por não ter como sair
E gritam em alto e bom som.
Socorro!
Socorro!
E finalmente eu voltei a ver meus olhos brilharem
Enquanto refletiam a luz da minha alma
Mas ainda falta tempo para me alcançar
Tempo para me encontrar...

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Descobrindo fontes de agua doce


Descobrindo fontes de agua doce
Dentro do "meu Eu"
Será possível ainda beber?
Mesmo que esteja cristalizada, evaporada em outra dimensão.
Ou congelada em meu próprio coração
Preciso desesperadamente reencontrar a fonte de vida
E caminhar pelo leito do córrego e prumar o resto da vida
Por que quando me afastei de mim a nevoa cobriu minha face
E não vi mais nada, há tempos não vejo
Acostumei-me a ser cego e assim tenho vivido...
Mas tem que haver alguma maneira
A bussola interior que chamo de emoções verdadeiras
Ainda me levarão de volta a minha nascente de vida
E então beberei da fonte e voltarei a viver.